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15. Crase Facultativa e os Casos Especiais

 

Crase Facultativa e os Casos Especiais


Crase Facultativa

1. Crase FACULTATIVA: Onde a Escolha É Sua (Mas Com Cautela!)

Esses são os raros casos em que a crase é opcional. Você pode usar ou não, e ambas as formas estarão corretas. O segredo é entender a lógica por trás delas.

a)     Diante de Pronomes Possessivos Femininos (Singulares): Quando o termo regente (o que pede preposição "a") vem antes de um pronome possessivo feminino singular (minha, tua, sua, nossa, vossa).

ex.:

Ele se referiu à / a minha amiga.

Entreguei o presente à / a sua avó.

Não vá à / a nossa casa hoje.

 

  • Lógica: Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo "a" é opcional. Se você pode dizer "minha amiga" ou "a minha amiga", a crase será opcional.

 

Ø  ATENÇÃO: Se o pronome possessivo feminino estiver no plural, a crase é obrigatória se a preposição for exigida e o artigo for usado.

ex.: Referiu-se às minhas irmãs. (Aqui, o "as" é artigo e a preposição é "a", então tem crase).

 

b)    Depois da Preposição ATÉ: Quando a preposição "até" antecede uma palavra feminina que admite o artigo "a".

ex.:

Fui até à / a praia.

A comissão vai até à / a diretoria.

Ele caminhou até à / a porta.

 

  • Lógica: Como "até" já é uma preposição, o artigo "a" subsequente pode ou não aparecer. Se o artigo "a" é opcional, a crase também será.

 

c)     Diante de Nomes Próprios Femininos (que admitem artigo "a"): Quando o termo regente pede a preposição "a", e o termo regido é um nome próprio feminino que admite o uso do artigo "a".

ex.:

Entreguei a carta à / a Maria. (Você diz "A Maria é legal" ou "Maria é legal"?)

Refiro-me à / a Ana.

 

  • Lógica: Alguns nomes próprios femininos permitem o uso do artigo "a" ("A Joana é inteligente"). Se o artigo é opcional, a crase também o será. Se o nome próprio feminino NÃO aceita artigo (como em "Lisboa", não dizemos "A Lisboa"), a crase não ocorre se for apenas preposição (ex.: Fui a Lisboa).

 

  • Para verificar se a crase é necessária antes de nomes de lugares, usa-se o truque "Vou a, volto da: crase há". Se, ao retornar, você diz "volto da" tal lugar, então a crase é usada (ex.: Vou à Bahia - volto da Bahia). Se você diz "volto de" tal lugar, a crase não é usada (ex.: Vou a Paris - volto de Paris).

2. Casos Especiais e Pegadinhas

As bancas adoram essas exceções e particularidades. Preste muita atenção!

a)     Distância:

  • Determinada (especificada): Crase obrigatória.

ex.:

Fiquei à distância de 10 metros. (A distância de 10 metros está determinada).

 

  • Indeterminada (não especificada): Crase proibida.

ex.:

Mantenha-se a distância. (Qualquer distância, não específica).

 

Macete: Se a "distância" é clara, crase. Se não, sem crase.

 

b)    Casa (lar, residência):

  • Não determinada (sentido de lar, própria residência): Sem crase.

ex.:

Voltou a casa cedo. (Voltou ao lar).

 

  • Determinada (especificada por um adjunto adnominal): Com crase.

ex.:

Voltou à casa dos pais. (É a casa específica dos pais).

 

Macete: Se "casa" for "casa da gente", sem crase. Se for "casa de alguém/algum lugar", com crase.

 

c)     Terra (chão firme, planeta):

 

  • Sentido de chão firme (oposto a bordo, mar): Sem crase.

      ex.:

      Os marinheiros voltaram a terra. (Voltaram ao chão).

  • Sentido de planeta ou lugar de origem (especificada): Com crase se o termo regente pedir "a".

ex.:

Ele foi à terra natal. (Terra especificada).

Ele se referiu à Terra como um lugar único. (Planeta Terra).

 

Macete: Se "terra" for "terra firme", sem crase. Se for "A Terra" (planeta) ou "terra de alguém", com crase.

 

d)    "A" antes de palavra no plural:

  • Se a preposição "a" vier antes de uma palavra no plural que não está determinada por artigo no plural (as), não há crase.

ex.:

Refiro-me a pessoas.

 

  • Se a preposição "a" vier antes de uma palavra no plural que está determinada por artigo no plural (as), há crase.

ex.:

Refiro-me às pessoas.